domingo, 19 de junho de 2011

"Kung Fu Panda 2", 2011


Po: Ah. My old enemy... stairs!
Bem-vindos ao maravilhoso mundo das sequelas superiores aos filmes originais e dos filmes de animação com alma. Ouviram bem argumentistas do "Shrek" (2001-2010) 1, 2, 3... Ah, esperem alguns deles estiveram mesmo ligados ao "Shrek" e a outros títulos tão interessantes como "Mars needs Moms" (2011) e "Madagáscar" (2005-2009*). Estão perdoados.
Admito desde já uma mea culpa. Raramente vou ao cinema ver um filme de animação. Costumo esperar que saiam em DVD. É daquelas coisas em que vejo o trailer, acho engraçado e encolho os ombros. "Kung Fu Panda 2" foi uma boa aposta. Começo pelo óbvio. A animação está magnifica. Os pequenos momentos de animação dentro da animação, i.e., flashbacks estão magníficos. O 3D é de bradar aos céus de tão bom que está. Até que enfim, um 3D que acrescenta algo ao filme e que não se limita a aumentar o preço dos bilhetes de cinema. "Kung Fu Panda 2" ganha em três frentes diferentes: a animação, a narrativa e a banda-sonora. Temos clássico. A narrativa foi mesmo o mais surpreendente. Estava à espera de muita palhaçada do Jack Black (Po) e muitas, demasiadas sequências de luta dos seis guerreiros. A palhaçada do Jack Black está lá mas é contida e as sequências de luta não estão desafasadas do contexto nem são gratuitas. A história está suficientemente desenvolvida para vermos uma evolução desde o "Era uma vez" a "O Fim". Gostei da procura do Panda Po pelos seus pais verdadeiros e do conflito interno em torno da sua verdadeira identidade, elevou a história a um patamar mais alto. Também o "vilão que quer dominar o mundo" não é propriamente novidade. Mas até a história do pavão Shen (Gary Oldman) é interessante e demonstra uma densidade psicológica e emocional pouco comum. Normalmente, os vilões praticam o mal porque... sim. Posso mesmo dizer que alturas houve em que fiquei comovida. São momentos ternos e tocantes, dignos dos grandes clássicos da Disney (o estúdio que fez esta animação foi a Dreamworks), e de dois favoritos pessoais, "Beauty and The Beast" (1991) e "The Lion King" (1994).
É nesta altura que faço um aviso: o Panda do Kung Fu é o tipo de filme que as crianças mais pequenas verão acompanhadas pelos pais e que logo a seguir os inundarão de perguntas dado o tema maduro que estas ainda não têm a maturidade emocional para processar. É ainda um filme para adultos. Por isso, podem ir ao cinema à vontade, sem se preocupar em levar uma criança pela mão. Relativamente, à banda-sonora, com Hans Zimmer ao leme nada pode correr mal. A música captura na perfeição as cenas de artes marciais e os elementos de comédia com a cultura chinesa. Já das novas personagens a minha favorita foi a Soothsayer ou a cabra vidente de Michelle Yeoh que parece feita de encomenda (e foi!) e nos proporciona algumas das maiores risadas do filme. No capítulo das relações fiquei rendida a Po (Jack Black) e ao seu pai Mr. Ping (James Hong) que é uma das relações entre pai e filho mais especiais que já se viu no cinema de animação.
Por fim, a minha única crítica vai para o desfecho de Panda Kung Fu, a acção foi muito despachada e os destinos de algumas personagens ficaram uma incógnita. Visto que a acção levou o seu tempo a montar de modo a que a audiência estabelecesse um envolvimento emocional para com as personagens, não deixo de pensar que o final acontece demasiado rápido (e o filme só tem 90 minutos)! Mas é uma falha menor, "Kung Fu Panda 2"é um filme feliz. A julgar pela sessão a que fui (e isso vale o que vale), a audiência saiu globalmente satisfeita, com um sorriso no rosto e o coração um pouco mais cheio. Quanto a vós não sei mas gosto de sair do cinema sentindo que o meu dinheiro valeu bem a pena. Quatro estrelas.


Realização: Jennifer Yuh
Argumento: Jonathan Aibel, Glen Berger, Ryan Crego, Ed Gombert, Robert Koo e Simon Wells
Elenco:
Jack Black como Po
Angelina Jolie como Tigress
Dustin Hoffman como Shifu (mestre)
Gary Oldman como Shen
James Hong como Senhor Ping
Michelle Yeoh como Soothsayer

* Especial de Natal
Próximo Filme: "The Maid", 2005


2 comentários:

  1. Nunca vi mas esses sentimento de sair da sala e sentir que valeu a pena o dinheiro gasto, é muito bom.

    Abraço
    Frank and Hall's Stuff

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  2. É óptimo e é raro também. Pelo menos não tive vontade de me espancar por ter gasto dinheiro em 3D desnecessariamente. Convenhamos, que os bilhetes de cinema já não são baratos, com 3D por cima ainda mais.
    Obrigada pela visita!

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